segunda-feira, 26 de maio de 2014

O início do rádio no ceará e sua linguagem

                Em 1934, ocorrem dois fatos marcantes no Ceará: morre o maior líder religioso da região, Padre Cícero Romão Batista e implanta-se a novidade tecnológica: o Rádio. A pioneira na radiofonia cearense foi a Ceará Rádio Clube, PRE-9. Suas primeiras transmissões foram feitas de maneira rudimentar e improvisada.
                No início não haviam profissionais na área, e quem trabalhava na rádio eram amadores de teatro.
Durante os primeiros anos da radiofonia brasileira, o amadorismo foi sua característica. As notícias informadas no rádio, eram réplicas das publicadas nos jornais, tal técnica era conhecida como “gillete Press”.

Prédio onde ficavam os transmissores da Ceará Rádio clube.
No Ceará a primeira partida de futebol foi levado ao ar, em 1938, pela pioneira 
PRE-9, quatro anos depois de sua instalação. O locutor e radialista era José Cabral de Araújo, ele
narrou o jogo dos estúdios da emissora, onde se comunicava por linha telefônica com o
repórter Rui Costa Sousa, que falava do Campo do Prado.                                                                         José Cabral foi o primeiro locutor esportivo do rádio cearense. Ele tinha, em 
suas locuções, a peculiar característica de contar anedotas durante as transmissões dos
jogos. As primeiras transmissões de jogos esportivos tinham uma certa particularidade pelo fato de cada locutor fazer as narrações a sua maneira.
                      A primeira reportagem esportiva sem ser amadora, também foi feita pela Ceará Rádio Clube, e o repórter era Oduvaldo Cozzi. Anos mais tarde, Oduvaldo foi para o Rio de Janeiro e e virou especialista em transmissões esportivas.
A narração esportivo se antecipou a qualquer outro setor do rádio, no que 
diz respeito à linguagem e aos avanços tecnológicos. Os locutores se viram forçados a improvisar em suas narrações por causa da expansão do veículo, desse jeito eles desenvolveram técnicas para atrair os ouvintes. Palavras de origem inglesa foram alteradas para o português, a dinâmica veloz e emotivo passou a ser utilizado nas locuções, a criação dos bordões e a brincadeira com as palavras passaram a dinamizar as narrativas de futebol. 
A linguagem regional, emotiva e com ênfase, envolve o ouvinte nos lances 
da partida como se ele estivesse lá naquele momento com o a ajuda do seu imaginário conduzido 
pelo locutor. Este é um momento único que proporciona uma máxima aproximação entre o 
narrador e cada um dos seus ouvintes, criando uma identificação entre ambos.

                                                                                         






                                                                             

Nenhum comentário:

Postar um comentário