segunda-feira, 26 de maio de 2014

Dois lados da notícia

                                                   

Na última quarta(21),as manchetes dos dois principais jornais do Ceará confundiram os que as leram superficialmente.A notícia era sobre o resultado do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do 2º ano (Spaece-Alfa),divulgado pelo Governo do Estado.As manchetes do O Povo , "Municípios melhoram desempenho na educação" e  do Diário do nordeste, "Educação da Capital tem pior nota em avaliação"  ressaltaram os pontos da pesquisa que mais as interessavam de alguma forma.No O Povo a reportagem deu  destaque à melhora e à boa classificação dos alunos no Spaece,falando também bastante sobre a solenidade.Já a reportagem do Diário mostrou esse dados de uma forma bem mais crítica que o O Povo (que foi bastante objetivo) exibindo bem os dados da avaliação,principalmente os negativos em relação a capital,de uma forma mais questionadora e menos parcial que o O Povo.Pode se questionar,a partir dessas duas reportagens, até que ponto a linguagem escolhida para ser usada pode favorecer interesses do veículo que a faz?

Linguagens no Esporte

    As vésperas da Copa do Mundo, a cidade de Fortaleza, passa por vários contra tempos para conseguir manter a ordem nas obras.  E os jornais locais escrevem sobre. 
    O jornal O Povo coloca uma matéria a respeito de uma manifestação ocorrida na concentração da seleção brasileira. Já o Diário do Nordeste coloca uma matéria sobre a preparação da seleção brasileira para a Copa, falando sobre preparação física, apresentação de jogadores e algumas curiosidades a respeito do evento.
    Outro ponto bem falado no Diário do Nordeste é a respeito dos times cearenses na rodada do campeonato brasileiro tendo uma matéria a respeito de cada um dos times falando de suas campanhas e de suas contratações para a sequência dos campeonatos, o mesmo se repete nas paginas do jornal O Povo.
    A respeito de outros esportes O Povo dá grande destaque ao MMA, com varias reportagens a respeito das lutas do fim de semana e um pouco de destaque ao vôlei tradicional e ao de praia, por conta dos campeonatos que estão ocorrendo. No Diário o UFC tem seu destaque e outro esporte que também aparece nas paginas do jornal é o atletismo, por conta do circuito das estações que esta acontecendo em Fortaleza.

    Ambos os jornais rodaram os mesmos assuntos, contudo, com pontos diferentes, mostrando diversas visões e completando um ao outro em diversos assuntos.

                                                                    apresentação 

Comunicação ágil e clara

    Nos jornais do estado do Ceará, a notícia online e impressa consegue ser ágil o suficiente para o conhecimento geral do que ocorre no momento. E com diversos jornais estaduais, os mais acessíveis e habilidosos em noticias são: Diário do Nordeste e O Povo.
    Dois jornais com popularidade acima dos demais, e com uma velocidade constante ao transmitir os fatos ao público. Notícias, como por exemplo, a Marcha da Maconha, que informaram sendo direto em relação ao fato, cintando como, onde e quando aconteceu. E essa é linguagem rápida de muitos jornais online.
    A notícia do Diário é curta e explicativa. Citam as 1.500 pessoas que compareceram ao ocorrido, que iniciaram o percurso às 16h20min na Estatua de Iracema, e que foram caminhando com cartazes e gritos de guerra. Gritos como “Copa eu abro mão, legalize o verde e invista na comunicação’’, ecoaram na tarde de domingo. Por fim, a matéria explana como funcionou o sistema de guarda da policia na manifestação, e assim, a notícia se encerra.
    E vizinho ao Diário, temos O Povo, com uma linguagem mais sucinta e dinâmica. Citando dados e explanando rapidamente sobre o que houve na manifestação, como por exemplo, o que foi discutido pelos manifestantes.

    Por conseguinte, notamos que a notícia em jornais e sites cearenses, não é perseguida pela crítica e por outros estados que acreditam que o nordestino possui um linguajar fraco e pobre. Os métodos usados pelos jornalistas cearenses são tão profissionais quanto os demais de outros estados. Tornando até mesmo, a linguagem do jornal O Povo uma das mais conhecidas do país.

                                                                 Manifestação

O início do rádio no ceará e sua linguagem

                Em 1934, ocorrem dois fatos marcantes no Ceará: morre o maior líder religioso da região, Padre Cícero Romão Batista e implanta-se a novidade tecnológica: o Rádio. A pioneira na radiofonia cearense foi a Ceará Rádio Clube, PRE-9. Suas primeiras transmissões foram feitas de maneira rudimentar e improvisada.
                No início não haviam profissionais na área, e quem trabalhava na rádio eram amadores de teatro.
Durante os primeiros anos da radiofonia brasileira, o amadorismo foi sua característica. As notícias informadas no rádio, eram réplicas das publicadas nos jornais, tal técnica era conhecida como “gillete Press”.

Prédio onde ficavam os transmissores da Ceará Rádio clube.
No Ceará a primeira partida de futebol foi levado ao ar, em 1938, pela pioneira 
PRE-9, quatro anos depois de sua instalação. O locutor e radialista era José Cabral de Araújo, ele
narrou o jogo dos estúdios da emissora, onde se comunicava por linha telefônica com o
repórter Rui Costa Sousa, que falava do Campo do Prado.                                                                         José Cabral foi o primeiro locutor esportivo do rádio cearense. Ele tinha, em 
suas locuções, a peculiar característica de contar anedotas durante as transmissões dos
jogos. As primeiras transmissões de jogos esportivos tinham uma certa particularidade pelo fato de cada locutor fazer as narrações a sua maneira.
                      A primeira reportagem esportiva sem ser amadora, também foi feita pela Ceará Rádio Clube, e o repórter era Oduvaldo Cozzi. Anos mais tarde, Oduvaldo foi para o Rio de Janeiro e e virou especialista em transmissões esportivas.
A narração esportivo se antecipou a qualquer outro setor do rádio, no que 
diz respeito à linguagem e aos avanços tecnológicos. Os locutores se viram forçados a improvisar em suas narrações por causa da expansão do veículo, desse jeito eles desenvolveram técnicas para atrair os ouvintes. Palavras de origem inglesa foram alteradas para o português, a dinâmica veloz e emotivo passou a ser utilizado nas locuções, a criação dos bordões e a brincadeira com as palavras passaram a dinamizar as narrativas de futebol. 
A linguagem regional, emotiva e com ênfase, envolve o ouvinte nos lances 
da partida como se ele estivesse lá naquele momento com o a ajuda do seu imaginário conduzido 
pelo locutor. Este é um momento único que proporciona uma máxima aproximação entre o 
narrador e cada um dos seus ouvintes, criando uma identificação entre ambos.

                                                                                         






                                                                             

Cearensês e a notícia devem se misturar?

     Não é recomendado que textos de cunho jornalístico use gírias ou qualquer palavra que tenha o significado desconhecido da maioria dos interlocutores. A linguagem que é geralmente utilizada nesse tipo de texto é a padrão formal, já que emissor e receptor não possuem familiaridade, precisando assim de termos que sejam comuns aos dois para facilitar o entendimento da mensagem. Mas quando se pode misturar a linguagem local com tais textos? O que essa interação proporciona?

     O cearensês, conjunto de termos, gírias e expressões locais, é pouco usado nas matérias jornalísticas por causa do motivo citado a cima, mas quando usado, atrai mais a atenção do público leitor. Isso se deve a identificação gerada entre palavras muito utilizadas no dia-a-dia e a notícia.

      Essa identificação é muito mais aproveitada na área publicitária, já que é um meio em que essa interação é permitida sem muitas restrições. Exemplos disso são o Suricate Seboso e o filme Cine Holliúdy. O primeiro, uma página que se encontra em uma rede social, fez sucesso por usar imagens de um suricate aliadas a expressões cearenses, fazendo humor e criando um vínculo com o público do estado. Sua popularidade chamou atenção das marcas que viram nela uma oportunidade de aumentar suas vendas associando seu nome à página. Podemos ver isso num anúncio de uma marca de óculos esportivos e armações para óculos de grau:



      O segundo, um filme produzido e dirigido por cearenses, uso e abusou de termos e expressões do cearensês nas suas falas, sendo necessária a colocação de legendas para que o público de fora do estado possa entender o que se conversa entre os personagens. Esse longa teve uma grande repercussão tanto dentro quanto fora do estado, alcançando uma das maiores bilheterias do Ceará no ano de 2013.